segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Chiquinha Gonzaga (1847-1935)


Aos 16 anos, foi forçada pelos pais a se casar com Jacinto Ribeiro do Amaral, um oficial da Marinha mercante com quem teve três filhos: João Gualberto, Maria do Patrocínio e Hilário. O encontro de Chiquinha Gonzaga com o meio boêmio carioca aconteceu com o fim do seu casamento. Como uma mulher separada no século XIX era uma aberração na sociedade, Chiquinha pagou um preço alto. Foi expulsa de casa por seu pai que, a partir daquele momento, renegou sua paternidade. Levou consigo apenas o filho mais velho, João. Maria foi criada pela avó materna e Hilária, por uma tia. Em 1877, estreou como compositora com a polca "Atraente", que foi publicada pela editora de Joaquim Antonio Calado, amigo que a ajudou a ingressar no universo musical.


Com ele formou uma dupla que foi precursora do choro ou chorinho. Como maestrina, a estréia aconteceu com a opereta "A Corte na Roça", em 1885. Ao lado da carreira de maestrina, compositora e pioneira, dedicou-se também às campanhas abolicionistas e republicanas. Chiquinha vendia suas músicas de porta em porta e, com o dinheiro obtido, libertou o escravo Zé da Flauta. Após a abolição da escravatura, compôs um hino em homenagem à princesa Isabel. Na campanha republicana, protestava contra a monarquia em locais públicos, utilizando-se do seu prestígio para propagar a idéia. Chiquinha é a autora da primeira marcha carnavalesca do país, "Ô Abre-Alas", composta em 1899. Falece em seu apartamento, no dia 28 de fevereiro de 1935, antevéspera de Carnaval.

Nenhum comentário: